Diz uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e em um determinado ponto da viagem, discutiram e um deu uma bofetada no outro.
O outro ofendido, sem nada poder fazer, escreveu na areia:
“Hoje, e meu melhor amigo deu-me uma bofetada no meu rosto”
Seguiram a diante, em silêncio, até chegarem a um oásis onde resolveram tomar banho.
O amigo esbofeteado e magoado começou a afogar, sendo salvo pelo qual havia o esbofeteado.
Ao recuperar-se, pegou seu canivete e escreveu em pedra:
“Hoje meu melhor amigo salvou a minha vida”
O outro perguntou: Por que, depois que te esbofeteei, te magoei, tu escreveste na areia e agora, escreveste na pedra?
Com um lindo sorriso e olhar um olhar agradecido, respondeu: “Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever onde o vento do esquecimento, do perdão e da temperança se encarregue de apagar a lembrança. Por outro lado, quando nos acontece algo lindo e grandioso, devemos gravar isso na pedra da memória do coração onde vento nenhum em todos os mundos jamais poderá apagar
Amigo
Jorge Bichuetti
Quanta saudade!... Escrevo-lhe com carinho e ternura, abraçando-o como se abraçasse a valentia do nosso avô Sol e a dignidade da nossa avó Lua...
O tempo anda escuro e nublado: poucos ousam sonhar e lutar... embora, no horizonte, já se veja as cores da aurora nos indignados que desafiam a apatia e gritam nas ruas, exigem um novo mundo...
Num tempo de escuridão, dói a falta de claridade... mas, por enquanto, os que se encastelaram no poder, aprisionaram os sonhos e o fogo da utopia... Celebram suas glórias... Nós? celebramos a derrota... Não é de grande valia a vitória temporária com os esquadrões da opressão... Mais vale a dignidade preservada e a inteireza ética...
A solidão amarga... o isolamento asfixia... o medo enlouquece...
Contudo, meu amigo guerreiro, o tempo varre as cinzas espúrias das fogueiras da opressão que tentam pulverizar os sonhos e aniquilar a têmpera dos destemidos faróis que anunciam com suas vidas o porvir...
Nunca se esqueça: as ilusões passam, os sonhos se solidificam numa caminhada de esperança e inovação...
Quanta mistificação!... Tentam calar os sonhos, fazendo rugir o vozerio ruminante das ilusões...
Eles passarão... Não sabem... não podem saber, pois caminham nos trilhos da dominação...
Um guerreiro é uma engenhoca maquínica de produção de sonhos...
O fogo não paga nem captura os sonhos... eles voam: são passarinheiros...
Caídos, erguem-se, novamente emplumados num devir fênix...
Aqui, estamos... sonhando juntos...
Aqui, estamos... lutando sempre...
Lhe envio alguns brotos das roseiras que profetizam a primavera no horizonte da nossa caminhada de solidariedade e compaixão, justiça e paz...
A vida sementeira; a vida é parideira... Ela irá hastear no coração do povo a bandeira dos direitos humanos... Ela irá fecundar o caminho e ele florescerá...
Segue junto um pacote com doce de coco... e o guaraná...
O neoliberalismo, expressão social, política e econômica, da Sociedade Mundial de Controle... percorre seu caminho: caplarizando a violência, a exploração e a dominação... Invade nossos territórios; captura aliados...
Mas, a utopia cresce... relva entre pedras... vai florescendo no caminho....
A noite não resiste aos encantos da alvorada... Nela, cantam a vida e a utopia, na liberdade passarinheira da vida remoçada no orvalho das manhãs...
Nosso abraço...
Saudações revolucionárias
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